Como serão os espaços de trabalho no futuro?
Essa pandemia nos chamou a olhar tudo o que nos cerca: pessoas, saúde, trabalho, espaços de alimentação, transporte, higiene, entre outros.
Vamos escrutínar especificamente sobre o trabalho e os espaços para esse fim. O que mudará? Qual será o futuro dos escritórios? Como os trabalhadores se conectarão com suas empresas?
Algumas obviedades vão acontecer a partir de agora: repensar densidade de ocupação nos espaços ( senta um, pula um ), limitar o uso físico dos espaços apenas para trabalhadores de áreas críticas que exigem presença física, flexibilizar espaços, limitar assentos, criar um calendário de pessoas e dias da semana, planos de limpeza, etc. Isso encontramos em todos os textos publicados nas últimas quatro semanas. Será trabalho para RH e facilities pelas próximas semanas implementarem esse plano de ação.
Mas o que vem depois?
Opção um: passar a pandemia e em 6 meses voltar ao que era antes, sem mudança alguma;
Opção dois: dobrar os espaços locados para reacomodar pessoas com distanciamento físico;
Opção três: repensar os espaços atuais para de fato ter o teletrabalho e distanciamento como forma usual dentro da rotina.
Imaginamos que a opção três seja a nova realidade. Da mesma forma que a tecnologia transformou o mercado de trabalho nos últimos vinte anos, esse processo pós pandemia vai transformar os espaços de trabalho nos próximos 20.
Os pontos para isso são: de fato, muitos trabalhadores podem fazer total ou parcialmente seus trabalhos em casa. O custo dos condomínios com as medidas mais rígidas de higiene e limpeza tendem a aumentar. As empresas farão metragens quadradas maiores por usuários fixos como medida de prevenção higiênica/distanciamento constante, oposto ao que acontecia até então onde os escritórios vinham se tornando cada vez mais adensados.
As estações de trabalho rotativas terão que ser limpas a cada usuário, o que significa que serão utilizadas por somente um usuário ao longo do dia e controladas por tecnologia para demarcação de uso.
Nesse contexto, não podemos esquecer que o ser humano é extremamente sociável, sendo assim, os espaços de encontro ( com mais distanciamento ) serão um dos pontos mais importantes das empresas. Áreas colaborativas substituirão parte das estações tradicionais. Ao ir para a empresa uma, duas vezes por semana, os trabalhadores vão buscar encontros, trocas mais efetivas e afetivas que não se fazem em uma bancada de trabalho ou salas de reuniões.
Assim sendo, fizemos uma análise técnica de possibilidade de nova ocupação: para 200 pessoas hoje, são necessários ao menos 1.400m2 considerando 7m2 por posto de acordo com a norma.
Numa visão de novo contexto de ocupação para uma empresa “X”:
200 pessoas;
22% em férias ou viagens ( já acontece em quase todas as empresas. As multinacionais esse número aumenta exponencialmente com viagens );
20% trabalhadores em home office (1/5 nos parece bem razoável );
25% em trabalho colaborativo ocupando espaços colaborativos;
Necessidade real de postos de trabalho: 66 postos considerando 12m2 por posto pensando em distanciamento, teremos 792m2 total em área de carpete.
Isso seria um encolhimento aproximado de quase 50% do mercado de lajes nos grandes centros e uma economia expressiva para as empresas, sem perder a qualidade da ocupação. Seria possível gastar mais por metro quadrado, dando mais qualidade nos materiais, mobiliário, acabamentos, tecnologia, sistemas de filtragem de ar.
Obviamente que este ensaio é para uma empresa padrão ( usamos tecnologia ). Porém deverá ser adequado a empresas de outros setores.
Vale observar as próximas semanas, como tudo reacomoda. Mas a impressão é que as mudanças chegaram e vão se intensificar cada vez mais.
E tua empresa, como está reagindo ao mundo novo que está chegando?