E qual o futuro dos espaços de trabalho?
Alguns concordam, hoje somos inundados por tecnologia excessiva, informações superficiais, falta de percepção real do que acontece com o nosso colega de trabalho, espaços estéreis que não dizem nada e muita solidão corporativa. É um vácuo profissional que se completa por redes sociais egoístas. E o escritório do futuro, onde se encaixa nessa ausência de sentido?
A primeira questão é, teremos escritórios no futuro?
Alguns futurólogos dizem que pessoas precisam de pessoas, o que invalida a tese do eterno home-office. Antropólogos e psicólogos falam sobre a busca eterna do afeto, o que daria mais peso a tese dos futurólogos.
Pela nossa percepção, vemos que as pessoas gostam de “ter” o espaço dedicado da empresa em que estão empregadas, por mais que o utilizem com pouca frequência.
É o participar e pertencer tão inato ao ser humano e que fala mais alto.
Talvez o pensar do futuro seja menos se os espaços de trabalho vão existir, mas sim, em qual escala vão existir?
Considerando que a tecnologia será toda em nuvem, que realizar tarefas de cunho mental não necessitem de espaços físicos dedicados, que a colaboração terá cada vez mais meios tecnológicos de interação e iteração, os espaços de trabalho terão um outro modelo de aplicação, outra função.
E aí um ponto crucial é destacado. A marca, o branding, o feeling da empresa é o mais importante. Os profissionais vão buscar relacionar-se pessoalmente com seus colegas de trabalho em espaços que falem muito mais sobre o propósito da empresa. Pequenos espaços físicos vão surgir, vários pela mesma cidade, com o intuito de serem um ponto de conexão de troca e construção entre pessoas que estarão ligadas a um propósito comum, em momentos em que a saturação da impessoalidade tecnológica estiver acontecendo.
E a arquitetura será chave fundamental, e não poderá ser uma arte passiva. E sim, um elo conector de afeto, pessoas e ideias.
E você, como vê o futuro dos espaços?
Antonio Mantovani Neto