Pitá: um olhar para a arte e design brasileiros em nossos projetos

Pluralidade. Das riquezas do nosso país o “fazer criativo” é o que transforma o nosso cenário num dos mais promissores do mundo. Pulsa em nosso sangue uma criatividade latente.

Todos os tipos de arte, da pintura ao artesanato, da escultura ao design de mobiliário. Temas ricos de vasta e contínua produção acontecem ao nosso redor. E é disso que falamos hoje.

Projetar escritórios quase sempre é uma tela em branco com grande liberdade criativa. Nosso filtro estético busca sempre por esse olhar atento e afetivo do que é feito em nosso Brasil.  É nosso, está aqui, temos acesso.  Porque não beber desse manancial e levar para os projetos o que é verdadeiramente “nosso”?

O design de mobiliário é tradição brasileira e de alta qualidade. Seja o desenho, a produção, acabamentos e finalização. Um bom exemplo abaixo é a poltrona NoAr da Carol Gay, com encosto e assento em borracha reciclada da indústria de pneus.  E também na mesma foto a poltrona da Prototype, a Trevo Basic, com tricô feito a mão. Industrialização  mesclada com reciclagem e o fazer a mão que tão bem temos.

E o que falar da arte de rua que nos últimos anos recalculou a rota e se tornou o muralismo urbano? Grafites e desenhos que permeiam as nossas cidades podem facilmente tomar os espaços de trabalho que projetamos. É comunicação direta com o usuário e sutileza aplicadas ao ambiente laboral. Temos a premissa de abarcar sempre artistas diferentes, respeitando suas ideias e qualidades. É o preservar de um código Pitá de diversidade que faz parte de todos os nossos projetos. Um olhar abaixo para o grafite do Lanó Art.

Dentro da cultura popular brasileira temos no artesanato uma das linguagens mais afetivas. Da cestaria produzida pelos povos indígenas passando pelos pontos delicados dos bordados e indo pelos infinitos caminhos da criatividade deste povo que sempre “arranja um jeitinho” para ser feliz. Embora seja um elemento de arte viva que está diminuindo dia a dia por falta de iniciativas e uso,  nós temos por premissa a valorização e inclusão de peças nos nossos projetos como por exemplo o tapete abaixo feito sob medida por uma cooperativa de crochêteiras no interior do nordeste. Buscamos possibilidades de uso do artesanato popular como forma de  respeitar as nossas tradições e como manutenção de um tipo de arte cada vez mais escassa.

Não podemos deixar de citar um exemplo super bacana que utilizamos recentemente. As luminárias para a Decolar do Edson Nunes. Feitas à mão com fibras naturais e design autoral. Trazem uma marca clara em nosso projeto e muita brasilidade. Aliás, brasilidade para nós é uma fonte inesgotável onde sempre matamos a nossa sede.

 Antonio Mantovani Neto

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